Flashback da (na) Alma

        Naquele dia a lua estava pela metade, assim como eu me sentia naquele instante. Não sabia mais diferenciar passado, do presente, e muito menos, do futuro.
   Eu queria estar perto e por frações de segundos pensei que estávamos vivendo algo corriqueiro de um final de semana. Era notória a minha alegria. Era notória minha angústia. É notória a sua ausência. O seu silêncio. A minha dor.
   Trocamos algumas palavras, não mais do que algumas informações...
Afinal, dois anos passa rápido, mas muita coisa acontece, não? Não sei...
   O que eu achava que estava apagado, o tempo fez aparecer. Veio à tona, como uma pancada no dedo, ou como uma bala entrando no peito. Não tive tempo, quando vi, já tinha ido embora toda a minha racionalidade, me dei conta do quanto você ainda está em mim. Do quanto quero te esquecer.
   Te ver entrar por aquela porta é a sensação mais dolorosa que eu senti. É reviver tudo aquilo que eu queria ter vivido. O mais bizarro é que foi naquela mesma porta que as nossas vidas seguiram pra rios diferentes. Pelo visto, nada foi diferente. O mais engraçado e irônico é perceber que tudo que eu sonhava, planejava, principalmente aquilo que era sólido pra mim, derreteu feito açúcar n'àgua. 

Comentários

  1. Tremenda verdade. E nessas horas que vemos o quanto somos fortes a ponto de não pirar por esses momentos ruins. Muito bom texto. :)

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    Respostas
    1. Obrigada por seu comentário, Fer!
      Sim, nessas horas ou somos fortes, ou somos fortes. ;)

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