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Mostrando postagens de dezembro, 2019
é preciso revisitar velhos hábitos pra se sentir inteiro novamente a vida anda tão abafada, tão sufocada, olho no espelho e não sou mais o mesmo. meu corpo mudou, minha cara, meu cabelo. olho mas não me enxergo não crio, não pinto, não produzo a não ser quando me pagam. o que eu fiz da vida? o que ela fez comigo? o que eu permitir com que ela fizesse comigo? não ser mais inteiro. sou fragmento. um vidro quebrado. uma técnica de remendo japonesa. tentando me reajustar e reencontrar cada pedaço do meu azulejo.
é estranho como a gente esquece algumas coisas, amadurece e começa a criar novos hábitos. esquece-se das senhas, cria-se novas para usar. antes as palavras estavam mais presentes no meu cotidiano. antigamente eu sabia brincar bem com elas. escrevia como quem bebia água. estava acostumada com elas. hoje, engolida pela rotina, mal consigo ler o rótulo de algum produto, que fica em frente à mesa do café. me lembrei desse lugar. de todos os textos que reuni aqui. tudo aquilo que escrevi. são dez anos de histórias, que foram soterrados pelas camadas de teias e poeiras que aqui habitam. é engraçado como a gente muda. nossos gostos mudam, ou são adormecidos. um minuto em silêncio à noite e parece que eles acordam, nem precisa de despertador, só o ritmo acelerado do teclado que ressoa. quando vejo, refaço a senha, obtenho acesso ao blog novamente, ocupo as margens dessa folha em branco com palavras, algumas desconexas, pontuações erradas, sem a gramática certa, sem a melhor sintaxe, apenas pal
A gente arde, queima, dói, ama, amassa, aperta, encolhe, geme, grita, chora e enfim, sente!