Escrevivendo

Eles riam com o riso inocente De repente, do riso fez-se o grito o líquido escorria pela boca... Sangue!Sangue! Sangue! Senhor Jesus, tenha compaixão de mim! Choro jovem, gente inocente, negro, pardo,branco moleque, pivete, favelado sangue! sangue!sangue derramado! vida tirada por uma bala vida velada na calçada vida que tiramos todo dia choro constante que assola as favelas, morros, becos e ruas vozes caladas, sociedade cega! [TD]

há excesso na falta.

escrevo porque nem tudo tem razão. nem tudo tem uma ordem. nem todo o pensamento é organizado. escrevo sem razão alguma. só com o sentimento. só possuo aquilo que sinto. o que corre em minhas veias. o que abrigo no coração. escrevo porque nem tudo tem razão de ser. escrevo porque nem tudo tenho que dizer com palavras, mas é importante dizer com emoção.

palavras não ditas é fácil não dize-las é difícil enaltecê-las e é complicado sê-las. palavras não ditas cruza minha vida percorre pelas linhas do caderno arranja companhia da caneta e quando percebo: estou prestes a escrevê-las.

caminho pelo caminho vivo. observo: não sou mais o mesmo. há muito que já não sou o mesmo um tanto que deixei de ser e outro que ficou pra trás. percorro outro caminho viva. absorvendo o tudo capturando a tudo e a todos como uma antena todos os detalhes desse novo caminho do ser outro de ser noutro trilho esse caminho aprendo. lembro: do tanto que fui e faz parte do que sou. [TD]

tem dias que eu quero ser só

nossa saúde tão precária, nossa educação tão doente, nossa economia em total desordem onde o tudo vai parar? até quando nos manteremos crentes? preso à ideologias que não surpreendem cadê a cura do câncer que afeta essa multidão? cadê o amor ao próximo pregado na nossa religião? temos como lema de vida : "mais amor, por favor" mas carregamos no peito um vazio imenso nossos púlpitos estão habitados por lobos em pele de cordeiros não queremos enxergar que o mal faz casa no coração isso só me faz querer gritar: "mais fé que nos faça pensar e menos alienação" parece utopia mas mantêm de pé : tudo isso um dia vai passar e quando menos esperar voltaremos para nosso lar. [TD]