Ela e a chuva

         Era uma  manhã chuvosa de domingo. A preguiça e a falta de energia dominava a vez.
    Ela estava deitada olhando o gotejar da chuva que caia em forma de som. Tranquilizador.Era essa a palavra. Aquele gotejar trazia paz pra tanta falta de calmaria. Era paz em meio a tormenta, em meio ao olho de um furacão. 

    Ela estava sozinha. Ela era sozinha. Ela havia ficado sozinha. Não procurava mais se preencher em ninguém, a não ser , em sua própria vontade de viver, a não ser em sua própria vontade de ver. Era ela e só ela, e , era ela por si só.O que outrora era verdade, pra ela era mentira agora. Já não via sentido no que sentia, ou ate mesmo no que era, antes da chuva penetrar em sua vida daquela forma. Antes da chuva chegar, ela não via a vida, não via sentido naquela vida conturbada.
      O som da chuva é tranquilizador. Tranquilizava ate mesmo a vida dela. Tranquilizava aquela sensação de não- vida, de não-alegria, de não-viver. O som da chuva alcançou todos lugares. Invadiu a casa, a janela, a porta, o quarto, a cama, o quarto, a sala, a cozinha, a sala de jantar, até chegar no  coração. Até alcançar o coração. A chuva trazia a paz,e levava consigo a tormenta da alma, levava a solidão, e deixava em seu lugar uma companhia.Ela tinha a companhia da chuva. Era uma companhia que evocava a paz, mas não era qualquer tipo de paz, era a paz que entrava e irrigava toda a mata que havia naquele coração. 

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