Metade Mulher

Fazia frio e a cidade estava deserta talvez seja por que todos estivessem reunidos em suas próprias casas. Ou até mesmo, estavam acomodados em seu mundinho particular que era muito comum e acontece até hoje. Para muitos aquele tempo aconchegava , porém para a minoria aquele tempo só afastava cada vez mais , o ser humano de si mesmo. Com aquele tempo esquecia -se que eram pessoas.
Sophie estava em seu quarto, onde morava só, com seu pobre e velho coração, ela não sabia que viver era tão difícil, afinal mal completara a maior idade e já tinha que tomar decisões de mulher madura. Era apenas uma menina que sairá das fraldas, uma menina que ainda sonhava com o príncipe encantado, que olhava pela janela e via aquela cidade toda se movimentando e que sabia que teria um longo dia pela frente.
Mal acordara, era madrugada e o galo nem tinha cantado ainda, era apenas ela e seus pensamentos; um completava o outro e nessa melodia vivia.
Tais pensamentos, a aproximava da solidão, pois era repleta de insegurança, tinha medo do novo, tinha medo de tudo.
Sophie mais uma vez olhou pela janela e sentiu aquela nostalgia rotineira, sentia que faltava lhe algo, faltava lhe o afago. Mas, chegou a janela , arrumou a mesa e foi até a sala, ligou a TV e estava passando o jornal.
Viu algumas noticias e desligou a TV, estava na hora de ir pro trabalho. Sophie já não é mais a mesma, tinha em suas mãos uma chave chamada responsabilidade e amadurecimento.
Mas não sabia o que poderia ganhar ou perder com aquilo.Afinal, Sophie era apenas metade mulher.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Saia da superfície

Poema vazio